O ônibus acessível e seguro
Um amigo via internet (Heitor Yurk Vizinoni [mailto:
heitoryv@gmail.com ] ) pediu-me diversas
vezes sugestões para o projeto e construção de um ônibus acessível
(1). Foi uma tarefa
gratificante que se reforça com o interesse desse pesquisador em continuar trabalhando
nessa questão.
Para organizar o raciocínio podemos afirmar que a Acessibilidade
de idosos e idosas, pessoas com deficiência etc. aos ônibus (1)
com segurança e conforto pode ser dividida em tópicos:
·
Layout e componentes
·
Mecânica
·
Eletrônica embarcada
·
Sinalização e iluminação
·
Sistemas complementares externos aos ônibus
·
Operação
·
A cidade
Ou seja, muito deve ser feito e definido pelo
órgão regulamentador para que o transporte coletivo urbano (e interurbano) seja
acessível.
1)
O layout interno:
a.
É assunto para especialistas e, acima de tudo,
para definição dos usuários.
i.
Cada cidade tem padrões físicos dominantes
específicos, um modelo nacional não é razoável ao Brasil, um país gigantesco.
ii.
O tipo, localização e quantidade de bancos
especiais é um tema para negociação entre os interessados.
iii.
Recursos de travamento de cadeiras de rodas (3).
b.
Não devemos, contudo, esquecer as barras de apoio,
elas precisam existir em forma e quantidade suficiente para o trânsito interno
ao ônibus e permanência com o máximo de segurança dentro dos veículos,
inclusive para pessoas de baixa estatura.
c.
A iluminação deve ser otimizada e regulável para
situações especiais.
d.
Onde existir, escadas e degraus precisam ser
dimensionados e construídos para máxima segurança dos usuários do transporte
coletivo em geral.
e.
Painéis digitais e sonoros para orientação de
qualquer pessoa, inclusive em LIBRAS e audiodescrição (a pessoa com deficiência
sensorial pode usar dispositivos especiais de comunicação desenvolvidos para a
cidade).
f.
O espaço do motorista e do cobrador, se
necessário, deve ser protegido contra assaltantes e o painel deve conter formas
de acionamento da segurança e comunicação.
i.
A segurança do motorista é essencial para que
possa tomar decisões seguras e sensatas.
2)
A composição mecânica é o tema mais desprezado e fundamental
à acessibilidade, onde podemos e devemos exigir:
a.
Piso totalmente rebaixado (4) ou em nível (se
existir estação de embarque elevada).
i.
Obviamente a cidade deve oferecer pontos de
embarque compatíveis e calçadas, faixas para pedestres, sinalização etc. de boa
qualidade e bem mantidas.
b.
Controle independente do motorista para aceleração
e desaceleração.
c.
Frenagem tão moderna quanto possível (existem
sistemas feitos para qualquer situação de risco)
d.
Limitação de velocidade automática
i.
Em grande velocidade um acidente pode se
transformar em tragédia para os passageiros e pessoas externas (obviamente)
e.
Suspensão “inteligente”, controlada por sistemas
automáticos.
f.
Ajoelhamento para diminuição da altura de acesso
g.
Rampa projetável para superação de vão pequenos.
h.
Motor externo ao ambiente interno (o barulho e
gases prejudicam a saúde e comunicação com passageiros).
3)
O motorista e cobrador (se existir) são essenciais
à acessibilidade. Devem ter treinamento permanente para:
a.
Segurança das
pessoas com deficiência(s), idosos e idosas, crianças e pessoas com doenças
debilitantes.
b.
Primeiros socorros
c.
Prevenção de acidentes
d.
Cidadania.
4)
A operação do sistema precisa ser auditada
regularmente para verificação de sintonia com a importância da acessibilidade e
dela depende a disciplina e qualidade do sistema.
5)
Operadores e centrais de segurança devem conter
dispositivos de monitoramento a distância.
6)
Os ônibus são passíveis de evolução permanente.
Podem ser muito melhores (4) e (5).
7)
O Sistema de Transporte Coletivo Urbano precisa
ser operado realmente, on line, em tempo real, a cidade é dinâmica e precisa de
máxima atenção assim como os sistemas de transporte coletivo (7)
8)
Etc. Sugestões?
Cascaes
12.05.2014