quinta-feira, 30 de julho de 2009

Transporte Coletivo de Curitiba

Infelizmente quando muitos interesses fortes entram em jogo a seriedade pode dar lugar ao emocionalismo, achismo, impulsividade, improvisação etc.
Curitiba chegou a um nível perigoso, precisa corrigir tudo diante do seu crescimento acelerado. Muitas omissões estão causando um tremendo prejuízo à cidade, a maior delas, com certeza é o trânsito, cobrando tempo e poluição, matando, degradando a vida de quem vive por aqui.
Não precisava ser assim.
Com certeza entre as muitas boas formas de análise tenhamos as ponderações do jornalista Fernando Martins (Gazeta do Povo, 29 de julho, “Uma ilusão chamada metrô”, caderno Vida e Cidadania). Profissional e inteligente fez considerações que precisam ser consideradas e não são segredo para quem estuda o assunto.
A verdade é que apesar de possuir uma estrutura pesada em urbanismo, a PMC não é convincente em suas propostas. Parece faltar uma liderança técnica forte que fale em nome do conjunto de repartições dedicadas ao assunto. Alguém que pudesse enfrentar debates, explicar, convencer.
De qualquer modo podemos começar pelas calçadas, pistas do modal mais antigo do mundo, as pernas. Se o piso, a iluminação, o espaço dos pedestres não for respeitado, teremos mais acidentes e menos utilização do transporte coletivo, pois para chegar ao ponto de ônibus precisamos andar sem sermos assaltados, sem tombos, atropelamentos e por aí afora.
O ônibus é um veículo passível de inúmeras melhorias, que também não se compara ao que existia quando os bondes surgiram. Ganharam melhorias espetaculares. O fundamental é substituir a frota existente por ônibus realmente ajustados às necessidades de seus passageiros, com motoristas e planos de trânsito que não matem o usuário dentro e fora do veículo. Com investimentos em canaletas, trincheiras, “onda verde”, acessibilidade, calçadas, iluminação, monitoramento, troca dos ônibus, melhor operação etc. poderemos esperar com mais tranqüilidade e segurança (financeira e técnica) o metrô (afinal, como será Curitiba em 2019, após os 10 anos necessários à primeira linha?).
Quantos acidentes acontecem nas ruas das cidades européias? Quantas pessoas usam o transporte coletivo?
A violência do trânsito no Brasil é consequência da falta de opções. Não temos, não aplicamos de forma eficaz engenharia, operação, manutenção e inteligência.
Na superfície a velocidade e a qualidade do trânsito são a base do conforto e segurança. Dentro da terra, em vias exclusivas sem conflito com o trânsito de superfície pode-se correr. Por isso a importância dos sistemas sob trilho, feitos para serem seguros e darem qualidade, atraindo pessoas que tem a opção do transporte individual.
Obviamente o transporte coletivo é subsidiado. Aqui é. As canaletas, os viadutos e trincheiras, o asfalto, as estações, a engenharia de tráfego, tudo isso é subsidiado. Tínhamos ainda a possibilidade de uso de frota pública com operação privada, absurdamente acabaram com esse recurso de redução de tarifas e de aplicação de melhores técnicas.
Precisamos de metrô, não vamos escapar dele. Existe dinheiro? Empresa do metrô? Quem assume? Como será a tarifação? Qual será o valor dela? Quem decide? Que estudos recomendam o trajeto escolhido? Precisaremos de tantas estações? Que tipo de veículo será usado? Onde teremos as garagens? Energia? Qual será a forma de integração com o sistema regional? Como será a empresa que cuidará do metrô? Política? Os concursos para escolha de seus profissionais já foram feitos? Os estudos de impacto ambiental estão sendo feitos? Os moradores e comerciantes tem sugestões? Sabem o que significa morar perto de uma estação do metrô? O ruído será inibido como? E os estudos do solo, origem e destino, opções de geometria etc?
Curitiba precisa de máxima coerência, pois chega de impostos, taxas, custos e poluição.

Cascaes
30.9.2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

detalhes de ônibus da Cidade do Porto





Um bonde para lembrar

Estação de trens

Metrô portense





Bilhetagem para o metrô

Cidade do Porto









Porto - o que falta no Brasil?