Prezados amigos e amigas
As canaletas são a marca do transporte coletivo urbano de Curitiba. Deveriam ter evoluído para utilização de sistemas guiados (trilhos (VLT, O-bahn ou metrô ou uma operação segura com possibilidade de velocidades menores)), o que, conforme a opção, teria inviabilizado uma função importantíssima das canaletas que é servir de via expressa para veículos de serviço (carros de bombeiros, ambulâncias, policiamento e outros eventualmente urgentes e essenciais).
Nela trafegavam ônibus com velocidade máxima razoável, agora, lamentavelmente, podendo chegar a 60 km/h (excessiva, se lembrarmos que andam em mão e contra mão numa pista estreita sem qualquer barreira segura entre eles).
Uma colisão frontal poderá ter um choque a 120 km/h como velocidade relativa, o que seria catastrófico, lembrando que a lotação dos atuais ônibus articulados ou biarticulados chegam a mais de cem pessoas.
Além disso, em abalroamento, cada ônibus seguirá, naturalmente, um circuito diferente, eventualmente saindo da canaleta com outro potencial e tipo de desastres.
Sabemos que em carros biarticulados o último segmento “dança”, não seguindo fielmente o trajeto do “cavalo”, se a pista estives com irregularidades (buracos, elevações).
Os passageiros de ônibus não têm as regalias dos usuários do transporte individual (mesmo sentados): cintos de segurança, “airbag”, poltronas e carroceria otimizadas para impactos etc., tornando cada acidente um caso de resultados imprevisíveis e preocupantes.
Simplesmente criar um seguro ($$$) para os passageiros não resolve essa situação. Nada paga o sofrimento das vítimas e suas famílias.
Vimos e filmamos em 28 de março deste ano um trecho da canaleta entre a Praça do Japão e o Passeio Público.
Ficamos apavorados com a invasão de pista [crianças, carrinheiros, entregadores, pedestres, corredores “jogging” e até skatistas (o que não filmamos e motivou o acionamento posterior da filmadora)].
Os filmes estão no blog
http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/
“O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia”
assim como nossos comentários.
Ou seja, além de falhas de manutenção no sistema viário, a falta de policiamento eficaz está induzindo o povo a um comportamento suicida. Um ônibus não tem a manobrabilidade de um automóvel.
Precisamos de uma auditoria técnica e recomendações à URBS para correções urgentes de tudo, de calçadas junto às estações tubo até as condições operacionais das canaletas e veículos.
O cenário é assustador para quem já teve a responsabilidade de ser Diretor de Engenharia da URBS, como aconteceu consosco entre 1985 e 1987.
Somando essa a outras experiências, podemos afirmar que a PMC precisa agir imediatamente ou o potencial de acidentes continuará elevado e crescendo assustadoramente.
Atenciosamente
João Carlos Cascaes
Curitiba, 30 de março de 2011
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