segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Frota Pública - uma experiência curitibana no final da década de 80




Dinheiro carimbado – tempos de PAC e Copa
Saímos de uma crise interna, estamos no meio de uma tormenta mundial. Os indicadores de qualidade de vida do povo brasileiro apontam para a gravidade do cenário nacional, exigindo atenção para questões extremamente importantes aos brasileiros.
Somos uma democracia relativa, democracia entre ricos ou poderosos através de outros meios de atuação. Relativa por diversas razões, inclusive pela deseducação do povo, um processo que se criou desde a chegada de Cabral ao Novo Mundo.
O final de Monarquia obrigou a Corte a se camuflar, os títulos de nobreza mudaram de nome, a escravidão continuou e só recentemente, graças à tremenda facilidade de comunicação, a Humanidade, não apenas o Brasil, conseguiu avançar rumo à maior liberdade e participação em governos.
Os vícios comportamentais, contudo, são severos e levarão gerações para serem corrigidos.
O espírito de império de nossos mandatários leva o país a projetos decididos e detalhados em gabinetes fechados. Para dourar a pílula usam argumentos de gosto popular, se possível paixões irresistíveis.
Governar uma cidade, estado ou um país é algo complexo que, além da arte da política, demandaria base técnica de alto valor profissional. Infelizmente só ouvimos falar da “base parlamentar”, porta aberta para qualquer coisa. Os brasileiros foram devidamente treinados para acreditar que os partidos políticos são algo completo e capaz de responsabilidades tão grandes quanto o Brasil.
Felizmente agora os meios de comunicação chegaram a níveis de interatividade inimagináveis em 1988. Podemos rever estratégias de governo e refazer padrões de participação popular.
Independentemente do processo político, é extremamente importante que desde o ensino fundamental as novas gerações de brasileiros sejam educadas, e não apenas ensinadas, para a vida democrática, cidadania e a responsabilidade de decidir, participar e votar.
O governo, por sua vez, carece e deve melhorar estruturas técnicas. Nossa legislação, principalmente a malfadada lei 8666/93, deveria ser ajustada para a valorização real da boa Engenharia, Arquitetura, Urbanismo, Medicina, Ecologia, Sociologia etc. Do jeito que está é muito difícil acreditar que os processos licitatórios conduzam a boas soluções, inclusive em pesquisas, anteprojetos, estudos e análises tão necessários ao processo de decisão.
Em Curitiba temos alguns exemplos, podemos, contudo, dar destaque ao projeto do metrô. Ficamos sabendo que receberemos um bilhão e quatrocentos milhões de reais para a “Linha Azul”, ótimo. Só que esse é nosso dinheiro, dinheiro do contribuinte, e outras opções existiriam tanto para o Metrô quanto para opções de aprimoramento da cidade.
Já imaginaram se, ao contrário de dinheiro carimbado, tivéssemos R$1.400.000.000,00 para investimentos na capital paranaense, além dos recursos normais da própria comunidade? Curitiba tornou-se famosa por sua qualidade técnica, aqui existem bons profissionais. Por quê a necessidade de embarcar nesse bonde (ops!), metrô?
Precisamos rever processos de decisão se pretendermos transformações positivas e eficazes. É algo desesperador sentir que corporações e carteis possam estar planejando o futuro de nossos filhos, netos, bisnetos, amigos, companheiros etc. sem preocupação objetiva com o futuro de todos nós.
O dinheiro é nosso, o que recebemos é um pequeno retorno do que pagamos entre impostos, encargos, carimbos, etc.
Vamos esperar ainda quanto tempo até sentirmos orgulho do Governo e nossos políticos?

Cascaes
24.10.2011


O Transporte Coletivo Urbano e suas opções para Curitiba





sábado, 22 de outubro de 2011