terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Acessibilidade e o Ricardo Mesquita e demais lideranças em Curitiba

De: fomus@googlegroups.com [mailto:fomus@googlegroups.com] Em nome de João Carlos Cascaes
Enviada em: segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 19:58
Para: fomus@googlegroups.com
Assunto: RES: Matéria Gazeta do Povo - Transporte Coletivo

Ricardo

Falando de acessibilidade não podemos esquecer o trabalho do eng. Antonio Borges dos Reis, autor da Lei sobre as calçadas em Curitiba.
Eles fez um longo e desgastante enfrentamento para conquistar alguns avanços.
O José Leite, como representante do PR em Brasília no Ministério das Cidades, se não me engano, foi nosso porta voz de muitas reivindicações em Brasília.
O ex Senador Flávio Arns sempre nos apoiou em todas as frentes.
É figura histórica e ponto de partida para todos nós.
Espero que tenha influência para os ajustes necessários em nível estadual.
No caso do transporte coletivo na época do Requião implantamos o sistema SITES com o terminal e ônibus adaptados dentro dos recursos da época.
Naquele tempo as primeiras indústrias brasileiras desenvolviam elevadores, ainda de qualidade sob avaliação.
Nessa época havia pouquíssima atuação de ONGs ou lideranças em torno do transporte coletivo (sei porque eu era o diretor que conduziu isto com o Garrone Reck na URBS).
A ADFP, mais adiante, era agente em muitas lutas a favor dos cadeirantes.
Precisamos, entretanto, ampliar este leque pois idosos e pessoas com doenças debilitantes não são exatamente PcD mas, quando se arriscam a usar o TCU, enfrentam dificuldades proporcionais a suas debilidades.
Nossos médicos ortopedistas e outros poderão dizer muito.
O seu trabalho é conhecido e pode também ser visto, entre outros, em:

Abraços

Cascaes
10.1.2011
P.S.: em minha primeira resposta ao Gabriel procurei falar apenas do meu tempo na URBS e no STERB (Blumenau)

De: fomus@googlegroups.com [mailto:fomus@googlegroups.com] Em nome de Ricardo Mesquita
Enviada em: segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 18:39
Para: fomus@googlegroups.com
Cc: gazevedo@gazetadopovo.com.br
Assunto: Re: Matéria Gazeta do Povo - Transporte Coletivo

Olá Gabriel

Apesar de meu nome não ter sido mencionado, acho oportuno dar minha contribuição
principalmente em defesa das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

Coincidentemente, há poucas horas recebi um pedido de participação em uma matéria da RPC amanhã, terça,
sobre as estações tubo e a dificuldade dos cadeirantes. Estaremos às 8:30 com a Valquíria e dois cadeirantes na estação CEFET pra falarmos sobre a falta de acessibilidade nas estações e terminais. A matéria deve ir ao ar no jornal local do meio-dia.

Até mesmo nos veículos a falta de equipamento adequado e capacitação dos condutores transforma a viagem em aventura para um cadeirante, idoso, muletante, criança, anão, pois quando o veículo entra em movimento começa o festival de arrancadas e freadas bruscas, naõ dando tempo pro cadeirante se posicionar em seu local demarcado que invariavelmente está ocupado por outras pessoas, carrinhos de bebê, malas e as pessoas ainda olham torto para o mesmo, sequer oferecem ajuda para lidar com as traquitanas de alavancas e cintos que nunca funcionam, colocando-o em risco de queda, principalmente se for lesado cervical e não tiver controle de tronco, podendo até cair junto com a cadeira a exemplo do que aconteceu recentemente em Congonhas com a queda de um cadeirante dentro da ambulift. Na hora de desembarcar é ainda mais arriscado, pois se ele não começar a se soltar antes do veículo parar, não dá tempo de desembarcar, colocando-se em risco de ser projetado na freada, que sempre é forte.

Idosos igualmente passam pelo mesmo risco. Como sempre estão ocupadas as cadeiras reservadas, ou até mesmo porque como tem dificuldade de caminhar com agilidade, muitos se levantam antes do veículo parar e na freada brusca não conseguem se sustentar e voam pelos corredores, como uma senhora que uma vez tive que segurá-la pelo braço pois ia se espatifar no parabrisa. Me deu vontade a mim e a outros passageiros de dar com a cabeça do motorista no parabrisa. `Parece que estão transportando gado !!

Amanhã falaremos sobre a possibilidade que 90% dos tubos e estações tem de serem servidos por rampa, de acordo com a NBR9050, em anexo, que determina este padrão para terminais e estações em desnível com a rua,
ate´porque as atuais plataformas estão totalmente fora da norma NBR15655 que determina que devem ser fechadas, ter botão de acionamento contínuo, sensor de obstáculos e outras centenas de itens de segurança. Muitas pessoas com deficiência já relataram quedas desses equipamentos, algumas com consequências irreversíveis.

Pra completar, os terminais, como pro exemplo Hauer, Pinheirinho e outros, tem a passagem subterrânea por escadas, impossibilitando o cadeirante e dificultando para idosos, mães com carrinho ou bebê de colo, pessoas com malas ou volumes pesados, muletantes, cegos, enfim uma parcela muito significativa da população. Claro que pra chegar nesses terminais e em alguns deles até internamente existem as malditas calçadas de petit-pave que sempre estão esburacadas e principalmente quando molhadas extremamente escorregadias.

Muita coisa ainda pode ser falada como a falta de calçadas nas ruas de bairro onde passam os onibus convencionais que param no meio do leito carroçável, restando ao usuário ter que escalar um degrau de mais de 40cm de altura, roletas apertadas que quando conseguem, não sem passar por um grande constrangimento, impossibilitam a passagem de uma pessoa obesa ou grávida, a faltas de dispositivos sonoros internos e externos identificando o ônibus e suas paradas para cegos, falta de regularidade de muitas linhas como por exemplo Menonitas que chegam a atrasar mais de meia-hora, deixando muitos deficientes ao relento e intempéries, pois essa linha que passa em frente à Associação dos Deficientes foi criada para atendê-los mas por interesses das concessionárias os lugares demarcados foram trocados por poltronas muitas vezes deixando cadeirantes nos corredores.

Poderíamos falar o dia todo dos problemas desse "modelo" de transporte , mas por hj é só

Abç
Ricardo Mesquita.




Em 10 de janeiro de 2011 15:39, <gazevedo@gazetadopovo.com.br> escreveu:
Olá amigos do Fomus. André, Ghidini, Cascaes e Lafaiete. Como vocês são sempre
solícitos comigo, volto novamente a pedir ajuda. Estamos produzindo uma matéria
especial para domingo sobre o transporte coletivo. Gostaríamos de ouvir os
senhores. Como melhorar o transporte coletivo de Curitiba, considerado modelo
no resto do país? Ainda dá para dizer que o sistema é bom, mesmo com tanto
acidente e problemas recorrentes, como a superlotação? Quais são as principais
deficiências? O que a cidade deixou de fazer para que o sistema não evoluísse?
Fecho a matéria quarta-feira.

Como vamos investir bastante na matéria. Gostaría de perguntar se por um acaso
vocês têm os contatos (telefone, e-mail)de ex-diretores da Urbs. De arquitetos
urbanistas, especialistas em trânsito, professores que estudam ou estudaram o
transporte coletivo de Curitiba. É claro que vou entrevistar vocês pessoal, mas
preciso ouvir outras pessoas, se puderem indicar.

Um grande abraço.

Gabriel Azevedo
Vida e Cidadania
3321-5041
Gazeta do Povo



----------------------------------------------------------------
GRPCOM - Grupo Paranaense de Comunicação
http://www.rpc.com.br


Nenhum comentário: