segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os ônibus e os florianopolitanos



Transparência total




O Brasil possui uma história complicada em torno da seriedade e objetividade de seus governos. A solução encontrada pelos legisladores foi fazer leis e mais leis que, de um jeito ou de outro, acabam sendo contornadas pelos estelionatários.

Do Houaiss : Estelionato - Rubrica: termo jurídico. Fraude praticada em contratos ou convenções, que induz alguém a uma falsa concepção de algo com o intuito de obter vantagem ilícita para si ou para outros (p.ex., a venda de coisa alheia como própria, a hipoteca de bem já hipotecado, a emissão de cheque sem fundos); burla

A seqüência incrível de escândalos demonstra a nossa posição no ranking mundial da corrupção, lá pelo meio, situação vexamosa para um país que se diz cristão e com tantos problemas sociais pendentes.

Maravilhosamente temos a internet, blogs, youtube, twitter, etc. possibilitando, agora, um padrão de comunicação e mobilização inimagináveis até a poucos anos. Com os celulares temos condições de obter informações quase instantâneas de tudo o que se torna público, ótimo!

O desafio agora é aprimorar a internet e aprender a usá-la de forma inteligente, eficaz.

Estamos acompanhando a luta dos florianopolitanos contra aumento de tarifas de ônibus na capital de Santa Catarina. Graças à internet podemos saber detalhes que não eram comuns na grande imprensa.

Que exemplo os estudantes e o povo da ilha estão dando para nós e, vendo isso tudo, imaginamos o que deveríamos ter feito em situações piores que afetaram os paranaenses recentemente. Não reagimos, pagaremos caro.

O que todos querem, afinal de contas?

Agora é acompanhar a Copa do Mundo, paciência, afinal somos brasileiros. E depois?

Vimos em Florianópolis uma questão que merece atenção.

Na legislação que disciplina os serviços municipais temos os “Conselhos de Usuários, “Conselhos de Consumidores” etc.

Algo equivalente nós encontramos na estrutura de concessões em níveis superiores (Estado e União).

As perguntas são: funcionam? São eficazes? Representam o povo de forma adequada?

Devemos usar melhor os sistemas de consulta popular e nada impediria que fizéssemos eleições com mais freqüência para outros postos da administração pública, principalmente para aqueles que nos representam junto às concessionárias de serviços públicos essenciais.

Graças à internet, urnas eletrônicas, à experiência brasileira com a votação e apuração informatizada até para a Presidência da República, poderíamos criar padrões diferentes de representação e eleição dos Conselhos.

De um jeito ou de outro, com a tecnologia moderna ou sem esses recursos, não estamos tranqüilos, está na hora de repensarmos nossos sistemas políticos e administrativos.

O que está acontecendo em Florianópolis é um exemplo da irritação popular, algo que poderá se espraiar pelo Brasil, assunto não falta. Essa é a nossa esperança.



Cascaes

24.5.2010

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