A segurança no transporte coletivo urbano e os cobradores
Em Curitiba, uma cidade modelo e, portanto, com uma imensa
responsabilidade técnica, as soluções definidas para a cidade devem merecer
cuidados especiais e permanentes. Inovações impressionantes, por exemplo, podem
aumentar significativamente a segurança e conforto de passageiros e cobradores.
Enfrentar vândalos (sempre existir\m) e assaltantes é o
desafio que cresce em im0portância na proporção do aumento das cidades e a
degradação provocada pela revolta dos deserdados morais, educacionais, sociais
e materiais.
É doloroso observar que a principal vítima desses revoltosos
ou bandidos é principalmente quem trabalha ou simplesmente não pode usar o
transporte individual.
Entre muitas coisas a situação dos cobradores e motoristas é
assustadora pelo que conhecemos pessoalmente e via noticiários diários.
Simples câmeras de vigilância resolverão? Policiamento eficaz
funciona? É possível?
Na década de oitenta, mais precisamente em 1988, tivemos a
oportunidade de visitar inúmeras cidades francesas para conhecimento de suas
soluções para o transporte coletivo. Obviamente o foco era a indústria francesa,
para eles um bom negócio.
Visitamos feira dedicada ao s ônibus, entre outras coisas.
Que maravilha!
E o vandalismo?
Empresas industriais mostravam em pavilhão dedicado com
orgulho o que produziam nesta feira em Grenoble, onde um grande seminário
acontecia entre minhas viagens orientadas pessoalmente e via fax, maravilha que
conheci então.
Conversei nessas andanças com muitos especialistas, aprendi
muito. Usei pouco pois as mudanças políticas inviabilizaram a aplicação do que conhecera.
Em tudo, entre tecnologia e cuidados com os trabalhadores, o
principal foi ver a automação impressionante e novidades que o VAL, por
exemplo, em Lille, apresentava.
Mas os motoristas (de ônibus) tinham ambientes especiais
tanto para guardar seus uniformes, WC, descanso e, dentro dos ônibus barreiras
especiais e rádio comunicação.
Voltei entusiasmado, mas as frustrações começaram logo com o
abandono da frota pública.
E agora? Tudo dependeria dos empresários, onde o lucro é a
principal meta.
Tubos e tubinhos feitos para o “desenho” harmonioso da cidade
apareceram, tornando-se uma marca da cidade. Gente fina não usa o transporte
coletivo urbano, turista muito menos...
Imaginava que governantes mais afinados com os trabalhadores
corrigissem seus erros. Ledo engano.
E o desemprego e revoltas até estimuladas pelos políticos mais
ambiciosos e alienados só pioram. E os exemplos estão por aí.
Felizmente a mídia televisiva e escrita está mostrando alguns
problemas.
Mas tudo isso não basta. Frio, calor, chuvas, ventos
variações de temperatura, WCs, matar a sede (chegam a deitar na calçada para
tomar água em torneiras junto a hidrantes), conforto e segurança dos cobradores
não existem.
É cruel.
Dá para perguntar adicionalmente, por onde anda a “Justiça do
Trabalho”, CREA, CAU, engenheiros de segurança, Academia etc.?
Usar o transporte coletivo tonou-se um esporte radical.
Motoristas e cobradores desprotegidos, passageiros, trânsito
sufocante, calçadas intransitáveis, travessia de ruas e muito mais afligem
trabalhadores, pessoas com deficiência(s), pessoas idosas, crianças, gente adoentada
e “normais”.
O barulho infernal fica para todos, moradores, logistas,
passageiros...
Poluição para todos os gostos.
Isso é inevitável?
Talvez, mas muito há muito tempo deveria ter encontrado
melhores soluções.
Felizmente temos democracia, redes sociais, novas
tecnologias.
O Poder Judiciário e poderes acessórios se renovam.
Eleições turbinam políticos.
Que tal uma preocupação sincera, honesta e competente com as
pessoas que dependem de calçadas, transporte coletivo, segurança?
Quais são as propostas dos candidatos?
O que você pensa para o futuro?
Cascaes
19.9.2018