A opção pelo transporte coletivo urbano deve-se à nossa experiência no assunto (vide CV) e a visão de que o futuro da humanidade passa por uma solução mais inteligente na construção das cidades.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Planejamento e ciclo virtuoso de cidadania
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relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
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08:41:00
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terça-feira, 23 de novembro de 2010
Ghidini e Miranda e as ciclovias e o transporte coletivo urbano
Prezado Ghidini,
Estou lhe devendo um pronunciamento sobre ciclovias para aquele artigo produzido pelo Professor da UnB.
Em breve vou me dedicar na produção da sua resposta. Com certeza o Professor Paulo César tem 80% de razão.
Falo isto como ciclista e como técnico dedicado ao menos 10 horas diárias, há 10 anos, sobre o tema.
Mas sobre este grave acidente de hoje com o Ligeirinho o que temos a observar?
De início deveríamos apresentar algumas reflexões:
1) os ônibus no Brasil são os veículos que maiores fatalidades apresentam no trânsito das rodovias e nas vias urbanas.
É claro que não estou falando de quantitativos acumulados, mas sim da ocorrência em um único acidente.
Também no comparativo com outros modais coletivos de transportes (barcas, trens, aviões etc.).
E veja que os acidentes com barcos e barcas na Amazônia são frequentes. Agora deverá começar o morticídio por lá, pois se aproxima o tempo das festas de fim de ano.
2) esta supremacia dos ônibus deve-se ao fato de termos a maior frota urbana deste modal no mundo. Por exemplo, o Nenem Constantino é o maior empresário de ônibus do mundo, com frota estimada em mais de 12 mil veículos, distribuídas em inúmeras empresas Brazilzão afora. Não é à toa que ele conseguiu montar a empresa aérea GOL, hoje dirigida por seu filho.
3) o transporte coletivo por ônibus é também aquele que mais riscos oferece aos ciclistas no meio urbano.Seja por seu porte, seja porque os motoristas são despreparados para tal convivência, ou ainda porque têm preconceito com os usuários da bicicleta, acirrado pela mídia impositora do carrismo, da motorização;
4) os modos operacionais do "Sistema Ligeirinho" e dos Ônibus "Expressos", presentes até mesmo em seus nomes, visam a velocidade como fator gerador de ganho operacional. Agora mesmo estão os técnicos envolvidos com a criação de novos espaços destinados à ultrapassagem de um ônibus "expresso" pelo outro, no interior das canaletas.
Isto, como forma de aumentar a velocidade operacional. Ora, se é difícil parar um biarticulado a uma velocidade de 40 km/h, imagina pará-lo a 50 ou 60 km/h. As mortes de ciclistas e pedestres, e mesmo de motoristas que porventura cometam um erro num cruzamento, será indescritível, à semelhança dos acidentes ferroviários. Cena de carnificina ao jeito de Dante Alighieri. Ou melhor, filmagem macabra num matadouro ou num açougue.
5) os veículos do "Sistema Ligeirinho", ao contrário dos "Ônibus Expressos", circulam em vias de tráfego comum, sem qualquer confinamento ou restrição. E nestas vias a velocidade, como de resto em todas as vias urbanas, em obediência à legislação de trânsito, é de 60 km/h. Mas a maioria desses veículos atinge a 70 e até 80 km/h.
Assim, como parar um bólido desses diante de um imprevisto? Impossível. A fatalidade vira realidade mórbida.
Ainda mais às 6h ou 7h da manhã, quando o volume de tráfego não oferece qualquer restrição à corrida do motorista, que pode imprimir velocidades maiores do que as citadas. Neste caso, seria interessante ver o Disco Tacógrafo para conhecer a velocidade praticada minutos ou segundos antes do acidente.
Por tudo isto, parecem claro algumas premissas, meu Caro Ghidini.
1) a cidade, em tempos de Internet e de novas oportunidades, deve diminuir a necessidade de deslocamentos de longo curso, aproximando serviços e ofertas de emprego aos locais de moradia. O Sistema Rua da Cidadania tem de ser ampliado, como forma de gerar diminuição de viagens longas, aproximando da habitação a oferta de serviços.
2) não seria o aumento da velocidade aquele capaz de gerar ganhos operacionais aos serviços de transportes, mas sim a capacidade dos sistemas e a organização operacional deles. Ou seja, sistemas sem paradas desde terminais, mas com velocidades compatíveis com a via, freadas por dispositivos tipo corta corrente, como havia nos bondes de antanho, poderiam bem ser utilizados nos veículos e na operação.
3) mudança de modal também poderia ser um fator desejável, ainda que com isto estaria sendo fortalecido o atual modelo de ocupação do solo e a dependência de determinados espaços do território sobre outros, gerando a permanência de uma hierarquia indesejável entre áreas urbanas.
4) por último, é mais do que urgente treinar e reciclar os motoristas das empresas operadoras, levando-os a frequentar cursos que mostrem a presença de pedestres, ciclistas e outros veículos usuários das vias. Mais do que isto, é preciso fazê-los compreender, como diz o CTB, que é responsabilidade dos veículos mais pesados e maiores cuidar dos veículos e pessoas desprotegidas no trânsito das cidades e das rodovias. Mais ainda, é importante que entendam ser a vida em sociedade um compartilhamento constante e negociado, onde todos têm o direito à circulação e à qualidade de vida, traduzida em harmonia, respeito mútuo e, principalmente, o desejo da alegria, a alegria humana onde a maior luz a ser brindada é a vida.
É isto, meu caro Ghidinhi, perdoe-me por ter-me estendido tanto.
Tenha um Bom Dia, ou final de dia.
Grande Abraço.
Saudações @bicis.com
Miranda
-----mmm-----
Em 23 de novembro de 2010 08:46, Roberto Ghidini Jrescreveu:
Para investigar o lamentável fato:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1070568&tit=Uma-pessoa-morre-em-acidente-entre-ligeirinho-e-carro
rg
--
Estou lhe devendo um pronunciamento sobre ciclovias para aquele artigo produzido pelo Professor da UnB.
Em breve vou me dedicar na produção da sua resposta. Com certeza o Professor Paulo César tem 80% de razão.
Falo isto como ciclista e como técnico dedicado ao menos 10 horas diárias, há 10 anos, sobre o tema.
Mas sobre este grave acidente de hoje com o Ligeirinho o que temos a observar?
De início deveríamos apresentar algumas reflexões:
1) os ônibus no Brasil são os veículos que maiores fatalidades apresentam no trânsito das rodovias e nas vias urbanas.
É claro que não estou falando de quantitativos acumulados, mas sim da ocorrência em um único acidente.
Também no comparativo com outros modais coletivos de transportes (barcas, trens, aviões etc.).
E veja que os acidentes com barcos e barcas na Amazônia são frequentes. Agora deverá começar o morticídio por lá, pois se aproxima o tempo das festas de fim de ano.
2) esta supremacia dos ônibus deve-se ao fato de termos a maior frota urbana deste modal no mundo. Por exemplo, o Nenem Constantino é o maior empresário de ônibus do mundo, com frota estimada em mais de 12 mil veículos, distribuídas em inúmeras empresas Brazilzão afora. Não é à toa que ele conseguiu montar a empresa aérea GOL, hoje dirigida por seu filho.
3) o transporte coletivo por ônibus é também aquele que mais riscos oferece aos ciclistas no meio urbano.Seja por seu porte, seja porque os motoristas são despreparados para tal convivência, ou ainda porque têm preconceito com os usuários da bicicleta, acirrado pela mídia impositora do carrismo, da motorização;
4) os modos operacionais do "Sistema Ligeirinho" e dos Ônibus "Expressos", presentes até mesmo em seus nomes, visam a velocidade como fator gerador de ganho operacional. Agora mesmo estão os técnicos envolvidos com a criação de novos espaços destinados à ultrapassagem de um ônibus "expresso" pelo outro, no interior das canaletas.
Isto, como forma de aumentar a velocidade operacional. Ora, se é difícil parar um biarticulado a uma velocidade de 40 km/h, imagina pará-lo a 50 ou 60 km/h. As mortes de ciclistas e pedestres, e mesmo de motoristas que porventura cometam um erro num cruzamento, será indescritível, à semelhança dos acidentes ferroviários. Cena de carnificina ao jeito de Dante Alighieri. Ou melhor, filmagem macabra num matadouro ou num açougue.
5) os veículos do "Sistema Ligeirinho", ao contrário dos "Ônibus Expressos", circulam em vias de tráfego comum, sem qualquer confinamento ou restrição. E nestas vias a velocidade, como de resto em todas as vias urbanas, em obediência à legislação de trânsito, é de 60 km/h. Mas a maioria desses veículos atinge a 70 e até 80 km/h.
Assim, como parar um bólido desses diante de um imprevisto? Impossível. A fatalidade vira realidade mórbida.
Ainda mais às 6h ou 7h da manhã, quando o volume de tráfego não oferece qualquer restrição à corrida do motorista, que pode imprimir velocidades maiores do que as citadas. Neste caso, seria interessante ver o Disco Tacógrafo para conhecer a velocidade praticada minutos ou segundos antes do acidente.
Por tudo isto, parecem claro algumas premissas, meu Caro Ghidini.
1) a cidade, em tempos de Internet e de novas oportunidades, deve diminuir a necessidade de deslocamentos de longo curso, aproximando serviços e ofertas de emprego aos locais de moradia. O Sistema Rua da Cidadania tem de ser ampliado, como forma de gerar diminuição de viagens longas, aproximando da habitação a oferta de serviços.
2) não seria o aumento da velocidade aquele capaz de gerar ganhos operacionais aos serviços de transportes, mas sim a capacidade dos sistemas e a organização operacional deles. Ou seja, sistemas sem paradas desde terminais, mas com velocidades compatíveis com a via, freadas por dispositivos tipo corta corrente, como havia nos bondes de antanho, poderiam bem ser utilizados nos veículos e na operação.
3) mudança de modal também poderia ser um fator desejável, ainda que com isto estaria sendo fortalecido o atual modelo de ocupação do solo e a dependência de determinados espaços do território sobre outros, gerando a permanência de uma hierarquia indesejável entre áreas urbanas.
4) por último, é mais do que urgente treinar e reciclar os motoristas das empresas operadoras, levando-os a frequentar cursos que mostrem a presença de pedestres, ciclistas e outros veículos usuários das vias. Mais do que isto, é preciso fazê-los compreender, como diz o CTB, que é responsabilidade dos veículos mais pesados e maiores cuidar dos veículos e pessoas desprotegidas no trânsito das cidades e das rodovias. Mais ainda, é importante que entendam ser a vida em sociedade um compartilhamento constante e negociado, onde todos têm o direito à circulação e à qualidade de vida, traduzida em harmonia, respeito mútuo e, principalmente, o desejo da alegria, a alegria humana onde a maior luz a ser brindada é a vida.
É isto, meu caro Ghidinhi, perdoe-me por ter-me estendido tanto.
Tenha um Bom Dia, ou final de dia.
Grande Abraço.
Saudações @bicis.com
Miranda
-----mmm-----
Em 23 de novembro de 2010 08:46, Roberto Ghidini Jr
Para investigar o lamentável fato:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1070568&tit=Uma-pessoa-morre-em-acidente-entre-ligeirinho-e-carro
rg
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05:20:00
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010
A segurança e o transporte coletivo urbano
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10:03:00
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