De: Geraldo
Serathiuk [mailto:gserathiuk@yahoo.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 4 de julho de 2013 15:36
Para: JOAO CARLOS CASCAES; sebastiani; leoalmeidaneves@hotmail.com
Assunto: O IPEA E O TRANSPORTE PUBLICO
Enviada em: quinta-feira, 4 de julho de 2013 15:36
Para: JOAO CARLOS CASCAES; sebastiani; leoalmeidaneves@hotmail.com
Assunto: O IPEA E O TRANSPORTE PUBLICO
Ipea: círculo vicioso dificulta melhoria no transporte público
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O valor das passagens de ônibus subiu
em nível 65% superior ao da inflação entre 2000 e 2012, acima do custo de
automóveis particulares e da gasolina. Com isso, a demanda por transporte
público registrou queda de 25%, em comparação com os anos 90, gerando um
círculo vicioso que favorece, novamente, o aumento das tarifas.
Esta foi uma das conclusões que se encontram em
nota técnica divulgada hoje (4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). “O congestionamento urbano também acaba aumentando em 20% [e 25% no
caso de São Paulo] os custos do transporte público e, consequentemente, o preço
da tarifa. E quanto mais aumenta o preço [do transporte público] menos [esse
tipo de transporte] é usado, gerando, então, nova necessidade de se aumentar o
preço. Para piorar, o aumento do custo não vem acompanhado de uma melhora da
qualidade, o que também desestimula seu uso”, disse o pesquisador do Ipea
Carlos Henrique Ribeiro.
Segundo ele, o aumento da renda das famílias
também pode ser considerado negativo para o transporte público, uma vez que ele
veio associado a mais investimentos em transportes privados e,
consequentemente, em maiores congestionamentos urbanos. “É um círculo vicioso”,
conclui o pesquisador, que aponta o oligopólio do setor como outro fator que
influencia o aumento das tarifas acima do índice de inflação.
Ele explica que, em regra geral, o custo do
transporte é 100% coberto pelas tarifas cobradas dos usuários, diferentemente
do que ocorre em outros países. Com isso, a conta acaba sendo paga
exclusivamente pelas camadas mais pobres da população, principais usuários do
sistema de transporte público.
“Isso resulta também em imobilidade, já que,
entre os 10% mais pobres da população, 30% das famílias não gastam
absolutamente nada com transporte público”, argumentou Ribeiro.
Para contribuir com horizontes que estimulem o
uso e a qualidade do transporte público, a pesquisa sugere a cobrança de
tributos sobre usuários e proprietários de automóveis, sobre o setor produtivo
(por serem beneficiados a partir do deslocamento de seus funcionários ao
trabalho) e pelos proprietários de imóveis e comércios valorizados pela
proximidade com estruturas de transporte público.
“No caso dos usuários de automóveis, sugerimos
uma maior taxação de combustíveis, de vias sujeitas a congestionamentos e de
estacionamentos. Aos proprietários, [sugerimos] tributos incidentes sobre a
comercialização e propriedade desses veículos. Nesse caso, há que se ter certo
cuidado porque a indústria do automóvel responde por 20% do PIB nacional. Não
seria interessante, portanto, sobrecarregar na aquisição, e, sim, focar nas
alternativas relacionadas ao uso intensivo do automóvel”, disse o pesquisador
do Ipea.
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