quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Dr. Rosinha e o edital URBS

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Sent: Wednesday, February 24, 2010 6:12 PM

Subject: [Fwd: Dr. Rosinha vê favorecimento de cartel em licitação de linhas de ônibus e requer atuação do MP]





Olá pessoal, espero que estejam bem!

Longe de querer propagandear algum político ou partido,

propriamente dito, envio a matéria a baixo

afim de ler-mos outras fontes e opiniões sobre a licitação e suas

deformações.



Abs.,

xGustavox



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Dr. Rosinha vê favorecimento de cartel em licitação de linhas de ônibus e

requer atuação do MP



Deputado avalia que regras foram feitas "sob medida para agradar a

empresários que já exploram o sistema", e alerta: "Ao invés de reduzir a

tarifa, edital pode resultar numa passagem ainda mais cara, de até R$

2,60"







O deputado federal Dr. Rosinha questionou nesta quarta-feira

(24/2) uma série de itens do edital de licitação elaborado pela Urbs para

a exploração dos serviços de transporte público de passageiros em

Curitiba.



Conforme o edital, o valor total da concessão —que irá durar 15 anos mas

pode vir a ter seu prazo prorrogado para até 25 anos— é de R$ 8,7 bilhões.

As 250 linhas de ônibus estão divididas em três lotes diferentes: norte,

sudeste e sudoeste.



Entre os pontos questionados por Dr. Rosinha estão os pré-requisitos de

experiência de dois anos na operação de 125 veículos em canaletas

exclusivas e com bilhetagem eletrônica; a inclusão de linhas integradas

metropolitanas no edital de uma concorrência de âmbito municipal; a falta

de atualização dos coeficientes que tratam do consumo de combustível, pneu

e lubrificantes; e a utilização de indenizações como "créditos" para o

pagamento da outorga que, nos três lotes, totaliza R$ 252 milhões.



"O que se observa é uma licitação viciada, dirigida para a vitória do

atual cartel que, desde 1955, explora e enriquece às custas dos usuários

de ônibus de Curitiba", afirma Dr. Rosinha. "Caso o Ministério Público

ainda não esteja acompanhando, vou solicitar ainda nesta semana que a

Promotoria analise e fiscalize de perto tanto o edital quanto o próprio

processo licitatório."



O parlamentar petista afirma não ver necessidade para distinguir empresas

de ônibus que operam ou não em canaletas exclusivas e com bilhetagem

eletrônica. "É evidente que este obstáculo pretende restringir o universo

de concorrentes da licitação."



Dr. Rosinha também questiona a legalidade de Curitiba incluir no processo

de licitação linhas integradas, que abrangem municípios da região

metropolitana, sem nenhuma aprovação prévia de lei estadual que

autorizasse tal medida. "O convênio existente hoje entre a Urbs e o

governo do Paraná tem caráter meramente operacional", diz o deputado.

"Parece-me que a Prefeitura de Curitiba está exorbitando de suas funções."



Quanto aos coeficientes que tratam do consumo de combustível, pneus e

lubrificantes, o parlamentar observa que estão desatualizados. O edital

menciona que as empresas concorrentes podem fazer uso dos "parâmetros

históricos" de consumo.



O coeficiente utilizado para o cálculo dos desgastes dos pneus, por

exemplo, são de 1987. "Qual era o consumo de energia de uma geladeira há

mais de 20 anos e qual será esse mesmo consumo daqui a 15 anos?",

questiona Dr. Rosinha. "A tecnologia dos veículos automotores e a

qualidade das vias urbanas evoluíram nos últimos anos, não dá pra ignorar

isso."



Dr. Rosinha também critica a época em que edital foi publicado, às vésperas

do ano novo, no dia 29 de dezembro de 2009. "A licitação do transporte

coletivo é uma luta histórica do PT de Curitiba, mas as regras em curso

parecem ter sido feitas 'sob medida' para agradar os empresários que já

exploram o sistema", avalia. "Tanto que, ao menos até agora, não se ouviu

nenhuma crítica por parte do sindicato patronal que representa o cartel do

setor."



Dr. Rosinha se refere ao Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de

Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), que nos últimos meses se

recusou a comentar a concorrência promovida pela Urbs.





Indenizações e tarifa mais cara



O item 2.3.4.1 do edital permite às empresas "compensar créditos"

relativos a "indenizações" previstas em legislação municipal. Esses

"créditos" serviriam como pagamento pela outorga. "Como indenizar empresas

que estão sendo beneficiadas por contratos que contrariam a Constituição

Federal?", pergunta Dr. Rosinha.



A possibilidade de tais indenizações foi incluída em lei por vereadores da

base de apoio do prefeito Beto Richa (PSDB) na Câmara Municipal, ligados

aos empresários do setor. "Se os contratos são ilegais, por que

indenização?"



Com base nos dados do lote "2" do edital, o mandato do deputado federal

Dr. Rosinha solicitou ao Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do

Paraná (SindiUrbano) um cálculo da eventual tarifa a partir dos dados

anuais de passageiros (26,5 milhões), quilômetros rodados (12,8 milhões) e

custo do quilômetro (R$ 5,39328) que constam do documento.



O cálculo resultou numa tarifa de até R$ 2,60. "Ao invés de reduzir a

tarifa, vê-se que o edital pode resultar numa passagem igual ou até mesmo

18,2% mais cara que a atual, o que é um tremendo absurdo", diz Dr.

Rosinha. "Com esses números, vemos por que os empresários do setor estão

no mais completo silêncio."









Fernando César Oliveira, jornalista

(41) 9963.4996

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